sábado, 14 de setembro de 2013



No quarto escuro
 
No quarto escuro
a menina tateia
a boneca, a colcha, a cadeira
Em cada tato,
a certeza do encontro
com o inesperado
Trêmulos, os dedos exploram
a superfície do vácuo
e gélidos, suam
ao esbarrar em tudo o que é sólido
Em sua mente,
a meia face de Deus
está entre sua pele
e as garras do susto
que se aproxima na
certeza do encontro
com o inesperado
Os pés, no chão, temem permanecer
em cada passo
e interpostos, tentam  sobrepor o anterior
e individualmente lutando
são ambos impelidos à corrida
A voz já não atende
à prudência do silêncio
e desarma o espaço
com um grito exasperado
e quanto mais reage o corpo
menor é o retorno à contenção
que já nasce no degredo imposto pela
certeza do encontro
com o inesperado
Depois de tatear todo o quarto
à procura da luz
a criança  se levanta
embalada pela
certeza do encontro
abre os olhos
e vê.

Elisa Gaivota
Em 15/05/06.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

18/ 09/ 2012



Presente
 
Quando o piano chora em tom menor
Degela a solidão fria
A passagem das horas...
E o silêncio arde a sobrevida do tempo
Como carente de tê-lo só para si
Como ausente em tê-lo fugaz
Como ansiando por não tê-lo
Ele, o vilão da existência
O grande Deus em potencial
Alquimista de aparências e sensibilidades
O tempo
Feito mão de criança, acorda
O peito dormente suspenso em perdas
Suaviza a razão moldada em lutas
Aquece pés feridos de ilusão
Como fruto que já não pertence a flor
Traz seu reverso
Em forma de encontro
O canto de uma nova dimensão
Onde os minutos se distraem
Em cirandas coloridas, em segundos dançantes
Onde repousa o passado, ancião da história
Onde brinca o futuro, pesadelo dos românticos
Onde só reside o presente e a dádiva.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012


Fuga

Quando acho que te esqueço

e me percebo em busca do que

de ti, se distancia

mais sei que é de mim

que me escondo e que

tudo o que há de ti

em mim, é poesia

Quando sigo negando

em tudo um apreço

sei que é da linha

do meu desapego que teço

em todo momento

a colcha macia onde

repousa teu sorriso

meu sossego

E se tinjo de preto e branco

tua verdade

com o cinza indiferente

dos olhos meus

é por não suportar o peso

da candura dos teus

Se me vires jogando águas ao mar

na vã tentativa de acrescentar algo

ao que é simples

Não te espantes...

É que mal posso ouvir beleza

que já te componho em harmonias

e cadências de tua fala

mansa e doce

que não deixam de pronunciar,

meus ouvidos, acostumados

ao descompasso do teu tempo

São os contornos límpidos

de tua pele

que amassam meus rascunhos

e o sabor inefável dos teus lábios

a razão do meu sacrifício

É a sombra dos detalhes teus

projetada em tua ausência constante

que fazem da minha vontade,

a derradeira

e dos meus dias

uma contagem de horas

Feito girassol girando

em teu rumo

mesmo que em órbita oposta

fingindo, em minhas mãos, estarem

as rédeas do sol

quando é apenas um novo ciclo

o que procuro

o que nos sopre

num mesmo encontro.


Elisa Gaivota

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

29 / 08 / 2011

Caleidoscópio


Me pergunto em que esquina

se perdem os encontros

aquela fração de completude em que

se desdobram nossas delicadezas...


Em que mosaico infecundo

deixam-se esquecidos

o corpo de tudo o que somos?

Em qual vil ilusão

recolhem-se olhares antes submersos?


Me pergunto como ainda posso ver-te

se te encontro no passado

Se hoje teus olhos refletem o espectro

do que fui quando ainda fazia sentido


Uma tórrida ignorância

adorna e entorpece razões cabíveis

que não sabem precisar em qual esfera

se desintegram os instantes em que

a finitude é esquecida...


É apenas a tenaz indagação

quem preenche a razão tangenciada no escuro:

Será o tempo o destinatário da alma

ou a alma se desconhece em tempos?


Elisa Gaivota


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

11/08/2011


Desenlace


A nau parte com o corpo

A alma, ainda ancorada ao porto

Clama a uma só voz o seu retorno

Mas o que se ouve permanece calado


O corpo pálido então permanece e segue

Recipiente que é de um horizonte insólito

Onde o norte se transmuta em tempo

De uma quimera plantada em solo inóspito


Atenta, a alma se lança ao mar

dança ao sabor das águas em direção ao corpo

a nau: o corpo olhando o vento

a alma olhando o porto só


O porto já se parece ponto

O ponto permanece porto

E a permanência dura apenas

Até onde a alma a vê.


Elisa Gaivota

domingo, 16 de maio de 2010

Simone Pelissari
















A cantora Simone Pelissari representa uma nova voz no circuito musical alternativo. Cheia de bossa e ginga para os apreciadores da Música Brasileira, Simone vai além de uma compositora inspirada. Aliando experiência e formação musical na base de suas canções, Simone tem apresentado um trabalho autoral calcado em autenticidade e inspirado no universo feminino. .
Seu último cd Segredo, produzido de forma independente, traz nove faixas autorais e uma mescla de ritmos brasileiros, seja na bossa, seja no samba.
As fotos mostradas fazem parte do book realizado por mim e farão parte da divulgação e do encarte do seu próximo cd, Tudo Bem Tudo Zen, em breve anunciado e vendido nas melhores casas do ramo.
site myspace - www.myspace.com/simonepelissari
Site: http://www.simonepelissari.com.br/


quarta-feira, 16 de setembro de 2009

E.L.I.T.E


Modelo: Anita Ribeiro

Book para a agência Elite Model

E.L.I.T.E


E.L.I.T.E


E.L.I.T.E


E.L.I.T.E


E.L.I.T.E


E.L.I.T.E


E.L.I.T.E


E.L.I.T.E


E.L.I.T.E




E.L.I.T.E


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terça-feira, 26 de maio de 2009

Retratos Urbanos

O que é o espaço urbano? Como o carioca vivencia e interage neste espaço?

Esses e outros questionamentos estão presentes na minha próxima exposição de fotografias: Retratos Urbanos

Retratos Urbanos reúne fotografias realizadas no município do Rio de Janeiro, mostrando fatos e paisagens que evidenciam o modo urbano de se viver e, principalmente, o jeito carioca de ocupar o espaço da cidade.

Venham conferir:

de 01 a 12 de junho no Centro Universitário Moacyr Sreder Bastos (end. Rua Engenheiro Trindade, 229 - Campo Grande)

de 15 a 26 de junho na Fundação Unificada Campograndense - FEUC (Estrada da Caroba, 685 - Campo Grande)

de 29 de junho a 10 de julho na Lona Cultural Elza Osborne (estrada Rio do A, 220 - Campo Grande)

Horário de visitação: de 9h às 22h