terça-feira, 18 de setembro de 2012

18/ 09/ 2012



Presente
 
Quando o piano chora em tom menor
Degela a solidão fria
A passagem das horas...
E o silêncio arde a sobrevida do tempo
Como carente de tê-lo só para si
Como ausente em tê-lo fugaz
Como ansiando por não tê-lo
Ele, o vilão da existência
O grande Deus em potencial
Alquimista de aparências e sensibilidades
O tempo
Feito mão de criança, acorda
O peito dormente suspenso em perdas
Suaviza a razão moldada em lutas
Aquece pés feridos de ilusão
Como fruto que já não pertence a flor
Traz seu reverso
Em forma de encontro
O canto de uma nova dimensão
Onde os minutos se distraem
Em cirandas coloridas, em segundos dançantes
Onde repousa o passado, ancião da história
Onde brinca o futuro, pesadelo dos românticos
Onde só reside o presente e a dádiva.