sexta-feira, 12 de agosto de 2011

11/08/2011


Desenlace


A nau parte com o corpo

A alma, ainda ancorada ao porto

Clama a uma só voz o seu retorno

Mas o que se ouve permanece calado


O corpo pálido então permanece e segue

Recipiente que é de um horizonte insólito

Onde o norte se transmuta em tempo

De uma quimera plantada em solo inóspito


Atenta, a alma se lança ao mar

dança ao sabor das águas em direção ao corpo

a nau: o corpo olhando o vento

a alma olhando o porto só


O porto já se parece ponto

O ponto permanece porto

E a permanência dura apenas

Até onde a alma a vê.


Elisa Gaivota

6 comentários:

  1. Quando li, me senti dentro de uma embarcação indo sem rumo para o desconhecido... muito bom... leve... Beijos Violeta

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  2. Bommm Elisa...
    A fotografia é um vírus a outras partes de um corpo que se chama arte...

    Parabéns... Um abraço, com carinho, Alex.

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  3. que os olhos possam ver e o coração sentir
    saltar ao mar ou miramar do porto
    desfrutar a vida em seus diferentes momentos..

    me lembrou uma música que gosto muito do Paulo César Pinheiro com Pedro Amorim - Serena.

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  4. Este é novo? Ficou perfeita a comunhão com a foto. Beijos.

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  5. Fotopoema, uma criação de uma grande fotógrafa de uma grande sensibilidade. Junção que alegra aos nossos olhos e ao nosso coração. Por isso eu gosto muito de você. Abração. Carlos Fonseca

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  6. Obrigada Carlos e aos outros amigos... pelo carinho e por estarem presentes nesse desafio de mostrar o que escrevo... (sempre muito difícil para mim...).

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