
Fuga
Quando acho que te esqueço
e me percebo em busca do que
de ti, se distancia
mais sei que é de mim
que me escondo e que
tudo o que há de ti
em mim, é poesia
Quando sigo negando
em tudo um apreço
sei que é da linha
do meu desapego que teço
em todo momento
a colcha macia onde
repousa teu sorriso
meu sossego
E se tinjo de preto e branco
tua verdade
com o cinza indiferente
dos olhos meus
é por não suportar o peso
da candura dos teus
Se me vires jogando águas ao mar
na vã tentativa de acrescentar algo
ao que é simples
Não te espantes...
É que mal posso ouvir beleza
que já te componho em harmonias
e cadências de tua fala
mansa e doce
que não deixam de pronunciar,
meus ouvidos, acostumados
ao descompasso do teu tempo
São os contornos límpidos
de tua pele
que amassam meus rascunhos
e o sabor inefável dos teus lábios
a razão do meu sacrifício
É a sombra dos detalhes teus
projetada em tua ausência constante
que fazem da minha vontade,
a derradeira
e dos meus dias
uma contagem de horas
Feito girassol girando
em teu rumo
mesmo que em órbita oposta
fingindo, em minhas mãos, estarem
as rédeas do sol
quando é apenas um novo ciclo
o que procuro
o que nos sopre
num mesmo encontro.
Elisa Gaivota
Simplesmente excelente Elisa!!! Continue escrevendo sempre! Esse tá demais! Perfeito
ResponderExcluirlindo de morrer, Elisa. Me emocionou profundamente... parabens, não sabia q vc tinha esse talento de escrever tb... beijos... Ro
ResponderExcluirRo e Marlos, que bom tê-los aqui... obrigada pelo carinho... sempre.
ResponderExcluirMeu queixo acaba de descolar do rosto! Senhorita Elisa há gente intrincada dentro de ti! há uma alma aperriada ai para meu espanto e minha alegria! Eu que era amiga de uma cavaquinista-poetisa agora me descubro amiga de uma fotográfa-poetisa...
ResponderExcluirUm senhor poema, parabéns! além de inspirador pra quem ler e sente ao menos parecido!
Boas vinda Poetisa!