Presente
Quando o piano chora em tom
menor
Degela a solidão fria
A passagem das horas...
E o silêncio arde a sobrevida
do tempo
Como carente de tê-lo só para
si
Como ausente em tê-lo fugaz
Como ansiando por não tê-lo
Ele, o vilão da existência
O grande Deus em potencial
Alquimista de aparências e
sensibilidades
O tempo
Feito mão de criança, acorda
O peito dormente suspenso em
perdas
Suaviza a razão moldada em
lutas
Aquece pés feridos de ilusão
Como fruto que já não
pertence a flor
Traz seu reverso
Em forma de encontro
O canto de uma nova dimensão
Onde os minutos se distraem
Em cirandas coloridas, em
segundos dançantes
Onde repousa o passado,
ancião da história
Onde brinca o futuro,
pesadelo dos românticos
Onde só reside o presente e a
dádiva.